fevereiro 20, 2009

GUERRA INTERIOR



Eu quero…

Nadar nas ondas mais altas dos meus sonhos,

Fazer castelos, palácios…

E plantar flores…

Mesmo que com espinhos…

Espinhos que por vezes nos fazem sangrar…

Quero derrubar muros,

Rebentar correntes,

Cordões e laços …

Tudo o que ainda me prendem ao medo…

De dizer o que realmente quero!

Quero falar o que nunca ainda ninguém falou…

Quero inventar palavras…

Fazer o meu próprio dicionário…

Quero abalar meus conceitos…

Desestruturar meus pré-conceitos…

Arruinar a mediocridade do meu pensar,

Do meu falar,

Do meu agir…

Porque hoje me deixei ferir por tuas palavras…

Numa overdose de loucura,

Numa embravecida ânsia de querer e não conseguir…

Quero explodir e rodopiar como um cometa …

Atingir a velocidade do furacão …

Quero amenizar a dor,

A dor dos excluídos… encravada em mim à ferro e fogo,

Que consome a minha alegria,

Cada vez que vejo como o mundo rejeita,

Despreza,

Separa,

Afasta e mata, aqueles iguais a mim.

E que sofram as letras, as teclas…

Que gritem…

Gritem de dor a cada toque meu!

Que carreguem elas o meu pesar…

A minha dor,

A minha angústia,

O meu medo de falar…

De não conseguir, mais uma vez...

Dizer tudo o que preciso,

O que quero,

O que sinto,

O que está aqui…

Crescendo dentro de mim...

Formando esse vulcão,

Essa tormenta,

Essa tempestade,

Essa guerra… essa imensa guerra interior...

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