Eu quero…
Nadar nas ondas mais altas dos meus sonhos,
Fazer castelos, palácios…
E plantar flores…
Mesmo que com espinhos…
Espinhos que por vezes nos fazem sangrar…
Quero derrubar muros,
Rebentar correntes,
Cordões e laços …
Tudo o que ainda me prendem ao medo…
De dizer o que realmente quero!
Quero falar o que nunca ainda ninguém falou…
Quero inventar palavras…
Fazer o meu próprio dicionário…
Quero abalar meus conceitos…
Desestruturar meus pré-conceitos…
Arruinar a mediocridade do meu pensar,
Do meu falar,
Do meu agir…
Porque hoje me deixei ferir por tuas palavras…
Numa overdose de loucura,
Numa embravecida ânsia de querer e não conseguir…
Quero explodir e rodopiar como um cometa …
Atingir a velocidade do furacão …
Quero amenizar a dor,
A dor dos excluídos… encravada em mim à ferro e fogo,
Que consome a minha alegria,
Cada vez que vejo como o mundo rejeita,
Despreza,
Separa,
Afasta e mata, aqueles iguais a mim.
E que sofram as letras, as teclas…
Que gritem…
Gritem de dor a cada toque meu!
Que carreguem elas o meu pesar…
A minha dor,
A minha angústia,
O meu medo de falar…
De não conseguir, mais uma vez...
Dizer tudo o que preciso,
O que quero,
O que sinto,
O que está aqui…
Crescendo dentro de mim...
Formando esse vulcão,
Essa tormenta,
Essa tempestade,
Essa guerra… essa imensa guerra interior...